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Publicado: 03/09/2018

Cooperativas levam internet ao campo

Se o cooperativismo é uma forma de conexão entre as pessoas, nada mais natural que os agentes desse setor também promovam uma ferramenta que encurta as distâncias e facilita o alcance de informações: a internet. No caso das cooperativas gaúchas ligadas à área de infraestrutura, um dos trabalhos que ultimamente está ganhando cada vez mais força é justamente disponibilizar o acesso à rede para uma nova fronteira, o meio rural do Rio Grande do Sul.

“As cooperativas foram pioneiras ao levar a energia elétrica para o campo e, agora, estão seguindo o mesmo caminho com a internet”, ressalta o superintendente da Federação das Cooperativas de Energia, Telefonia e Desenvolvimento Rural do Rio Grande do Sul (Fecoergs), José Zordan. O dirigente enfatiza que os próprios associados solicitam que as cooperativas invistam nessa área.

Esse processo no Estado, de acordo com o superintendente da Fecoergs, fortaleceu-se há cerca de dois anos. Até agora, já foram realizadas, aproximadamente, 50 mil ligações de internet no campo. As conexões são feitas, principalmente, através de cabos, contudo, em regiões mais afastadas dos centros urbanos, também é possível a utilização de antenas. Zordan detalha que esse serviço está sendo prestado por muitas cooperativas de desenvolvimento, que contemplam a geração de energia e outras atividades, entre as quais, a disponibilização de internet.


O integrante da Fecoergs cita entre as cooperativas que estão enveredando por esse segmento a Creral, Coprel, Ceriluz e a Coopernorte, em regiões como Erechim, Ibirubá, Ijuí e Viamão. Zordan comenta que a perspectiva é de que a maioria das cooperativas sigam essa tendência. O dirigente adianta que o mercado em potencial para esse serviço seria praticamente todas as propriedades rurais do Rio Grande do Sul, que são em torno de 500 mil.


Uma facilidade que as cooperativas de desenvolvimento que atuam na área de energia possuem para expandir os negócios no setor de internet é a possibilidade de aproveitar a estrutura já constituída da rede elétrica. Sobre a qualidade da internet que chega no campo, Zordan afirma que é satisfatória. “Como se fosse na cidade, essa é a proposta, não é trabalhar com uma internet meia-boca e depois ter que reinvestir para torná-la mais ágil”, destaca.


A web hoje no campo é quase tão importante quanto a energia elétrica, uma vez que ambas se tornaram ferramentas de trabalho. Para a família Rovani, que tem propriedade em Aratiba, a internet ajudará, por exemplo, na adoção da nota fiscal eletrônica, que será adotada em breve. Alcemir Rovani, a esposa Lucilene e o filho João Vitor comemoram o fato de ter mais acesso a informações, pesquisas e educação.


O agricultor destaca que o filho João Vitor, que completou 10 anos em agosto, aprovou a chegada da internet. Segundo o pai, o menino “ficou faceiro” com a novidade. Rovani, acredita que a web é um canal que incentiva os jovens a permanecerem no campo. Um mecanismo que está sendo utilizado pela família para aprimorar o uso da internet é um roteador, para poder acessar à rede quando estão no lado externo da casa. A internet chegar ao campo, enfatiza Rovani, é uma conquista para os pequenos agricultores darem um salto de qualidade e terem as mesmas condições que o pessoal na cidade.


 “O mundo caminha na direção da informatização, não há mais volta, o produtor precisa e quer ser adaptar a isso”, argumenta o presidente da Fecoergs e da cooperativa Ceriluz, Iloir de Pauli. O dirigente informa que a Ceriluz, que tem sede em Ijuí, completou dois anos de atuação na prestação de serviços de internet via fibra óptica. A primeira conexão foi implantada em abril de 2016. “Optou-se por ingressar nessa área por perceber o crescimento da demanda e a falta de empresas dispostas a investirem no meio rural, considerando os altos custos”, salienta o dirigente.


A internet fornecida pela Creral foi instalada em julho. Entre os motivos que despertaram o interesse pelo serviço, o agricultor cita questões como acesso a informações, pesquisas e educação. “Também aproxima as pessoas e ajuda bastante as nossas atividades no campo, futuramente vamos precisar no caso da nota eletrônica”, argumenta.


Pauli esclarece que a implantação da internet tem o município de Ijuí como núcleo, ampliando-se para outras regiões a partir dele. “Estamos fazendo uma expansão lógica partindo para as comunidades onde existe maior potencial de conexão e, a partir daí, se espalhando, considerando o custo- benefício”, detalha. No momento, a fibra já está disponível nos municípios de Ijuí, Bozano e Coronel Barros, especialmente nas vilas mais urbanizadas que a Ceriluz atende. Também há redes em expansão para Catuípe e Augusto Pestana.


O objetivo é, em médio e longo prazos, levar redes de fibra óptica para toda a área de atuação da Ceriluz, que engloba 13 cidades. Atualmente, a cooperativa está com, aproximadamente, 1,1 mil associados conectados. O potencial é grande. Apenas em associados consumidores de energia a cooperativa conta com mais de 14 mil, que também podem optar por colocar internet. A Ceriluz já investiu cerca de R$ 4,5 milhões na expansão da fibra óptica, com recursos próprios. Até o final do ano, o grupo espera superar os R$ 5,5 milhões.


Fonte: www.jornaldocomercio.com/_conteudo/cadernos/empresas_e_negocios/2018/08/646048-cooperativas-levam-internet-ao-campo.html

 

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