Durante a pandemia de Covid-19, ficou em evidência a importância do   trabalho dos entregadores por aplicativos. Porém, a precarização imposta   pelas grandes plataformas também se destacou. Pensando em garantir os   direitos trabalhistas da categoria, dentro da Agenda Bahia do Trabalho   Decente, a Secretaria do Trabalho, Emprego, Renda e Esporte (Setre),   lançou nesta quinta-feira (9), no auditório do Parque Tecnológico da   Bahia, na Paralela, o ‘Projeto Cooperativa de Plataforma e Aplicativo   para moto e bike entregadores de Salvador’.
“A concepção é que a  cooperativa seja gestora do aplicativo e que os  trabalhadores trabalhem  para eles, ou seja, é usar a tecnologia em  benefício do trabalhador e  não em benefício da exploração do  trabalhador. Aqui, nós estamos  desenvolvendo um aplicativo que, ao  mesmo tempo, vai fazer a organização  da cooperativa. É um projeto  piloto, dando certo, a gente vai expandir  isso para outros seguimentos.  O objetivo fundamental é que a gente possa  apresentar uma alternativa  aos trabalhadores de aplicativo que não seja  precarização do trabalho”,  afirmou o titular da Setre, Davidson  Magalhães.
O projeto reúne investimento de mais de 770 mil reais,  por meio do  Fundo de Promoção do Trabalho Decente. A estimativa é que,  no presente,  mais de 15 mil entregadores, em motos e bikes, atuam em  Salvador, mas  somente 1280 são regulamentados. A maioria é formada por  autônomos, na  faixa de 26 a 41 anos e 98% deles não possuem seguro.
Participaram  do lançamento representantes do Ministério Público do  Trabalho, da  Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel –  Ba), do  Sindicato de Motos da Bahia (Sindmoto), da empresa SOFTEX  Campinas e da  Rede Estadual de Economia Solidária. “Os aplicativos de  entregas que  circulam por aí não estão respeitando os direitos dos  trabalhadores e  essa plataforma feita pelo Governo do Estado vai de  encontro a esses  aplicativos. Então, é muito bom essa cooperativa que  vai beneficiar  diretamente o trabalhador mototáxi e motoboys de  entregas”, declarou o  presidente Sindimotos, Marcelo Barbosa.
Para implantação do projeto, estão previstas ações como encontros   formativos de 40 horas, abordando os fundamentos do cooperativismo e   legislações correlatas, oficinas de gestão de negócios virtuais, com   total de 88 horas, elaboração de plano de negócios, recrutamento de   equipe, entre outras.